Bispo de Crateús se pronuncia sobre ameaças de morte contra ele e quatro padres, em Tauá
“De nossa parte, temos a consciência de termos feito tudo o que poderíamos fazer para oferecer ao jovem recursos para um processo de integração pessoal", disse o bispo. "Constatado que o mesmo não estava se sentindo bem no processo e que este caminho lhe era, no momento, mais exigente do que ele poderia responder, decidiu-se pelo desligamento do jovem da Comunidade Vocacional".
Na nota, divulgada nesta terça, 17, ele continua: "Mesmo assim, a Diocese de Crateús ofereceu tudo o que foi possível (remédios, psicoterapia, despesa com deslocamento), para que o mesmo continuasse a ser assistido".
Dom Ailton lançou o comunicado se reportando a um pronunciamento feito pelo pároco de Tauá, padre Géu, no dia 15 de outubro de 2023, por ocasião do encerramento dos festejos da Padroeira Nossa Senhora do Rosário. Segundo ele, foi necessário ausentar-se da paróquia nos últimos meses, em razão das ameaças de morte.
“Sem querer ferir quaisquer pessoas nem confrontar desrespeitosamente a maneira limitada como algumas pessoas compreendem o processo de acompanhamento de jovens vocacionados, afirmo que temos sido injustamente responsabilizados, por familiares, pela morte trágica (suicídio) de um jovem que esteve conosco”, afirma.
Em relação a não ter comunicado à polícia as ameaças que vinha sofrendo, o bispo diz que “antes que registrar Boletim de Ocorrência em função das ameaças feitas à minha pessoa e a dos demais padres, rezei ininterruptamente por essa família, para que Deus lhes desse consolação e os ajudasse a compreender que tanto nós como eles fizemos o que se poderia fazer”.
Entenda o caso
A denúncia sobre a situação que os integrantes do clero estão passando na região foi feita pelo titular da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, padre Géu. "Todos vocês já perceberam que esse ano dom Ailton não veio a Tauá em nenhuma ocasião e queria também estar conosco nessa hora da festa. Não é novidade para a cidade", afirmou.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) foi procurada e informou que ainda não há registro de boletim de ocorrência, mas "apura supostas ameaças contra líderes religiosos que teriam acontecido no município de Tauá”.
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