A investigação sobre a morte do procurador municipal de Aurora, José Nanda Bezerra, 59, assassinado a tiros no final de setembro, revelou uma trama complexa envolvendo uma motocicleta roubada e adulterada, um carro usado por suspeitos de outros crimes e uma surpreendente ligação entre a vítima e um suspeito.
Um laudo pericial, obtido pelo O POVO, identificou impressões digitais nos retrovisores da moto usada no crime. A análise aponta que as digitais pertencem a Francisco Fernandes de Oliveira Filho, 24. O relatório de investigação da Polícia Civil destaca que Francisco e José Nanda, integravam a mesma loja maçônica em Aurora.
José Nanda Bezerra foi morto por volta das 18h do dia 29 de setembro, enquanto passeava com um cachorro na rua Paulo Tavares da Cruz, na vila Paulo Gonçalves. O executor, usando capacete e roupas pretas, aproximou-se em uma motocicleta e efetuou disparos. O laudo cadavérico confirmou que o procurador foi atingido na nuca, com o projétil transfixando o pescoço, causando uma hemorragia.
Laudo de identificação veicular confirmou suspeitas
Conforme os autos, a chave para a investigação surgiu no dia seguinte ao crime (30 de setembro). Policiais militares encontraram uma motocicleta preta, sem placa, escondida sob galhos em uma área de mata às margens da rodovia CE-288, rota de fuga identificada pela polícia.
A moto era, na verdade, uma Honda CG 125 Fan, cor vermelha, placa OCR2J77. O veículo havia sido "grosseiramente" pintado de preto e estava com queixa ativa de roubo/furto.
A investigação apurou que a mesma motocicleta foi subtraída em um assalto com reféns (crime de roubo) no Sítio Pavão, em Aurora, no dia 24 de setembro, cinco dias antes do homicídio.
As diligências sobre o roubo da moto levaram a polícia a outro veículo: um Ford Ka preto, placa PNP9J98, visto em atitude suspeita em um posto de gasolina dias antes do roubo.
Horas antes do homicídio, policiais do Raio localizaram e abordaram este Ford Ka no bairro Araçá. Os ocupantes foram identificados como Valney Rodrigues de Souza, conhecido como "Gordinho", e Cicero Felipe Soares Rodrigues. Na abordagem, nada de ilícito foi encontrado e eles foram liberados.
O relatório policial ainda aponta que a casa de onde Valney e Cícero saíram para entrar no Ford Ka foi alvo de uma apreensão de drogas e arma de fogo dois dias depois (01/10), resultando na prisão de outros dois homens.
Os três — Francisco Fernandes de Oliveira Filho, Valney Rodrigues de Souza e Cicero Felipe Soares Rodrigues — foram presos pela Polícia, conforme a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
Autor Jéssika Sisnando
Imagem: reprodução/inquérito policial
Fonte - O Povo Online.
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