Além dos pescados, a produção de castanha de caju também foi mencionada pelo gestor estadual como possível produto a ser absorvido por equipamentos públicos. A declaração foi dada ao Diário do Nordeste durante evento de inauguração de 66 leitos de UTI e enfermaria no Instituto Dr. José Frota (IJF), em Fortaleza.
“A aquisição pelo poder público de parte dos produtos está sob a análise tanto do Governo Estadual, como vamos apresentar ao Federal”, inicia Elmano, mencionando o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa de Controle de Estoques, ambos do Governo Federal, como alternativas para escoar a produção cearense.
"Temos aqui o programa Ceará Sem Fome, que compra alimentos para distribuir para o povo cearense. Podemos discutir de comprar pescado dos produtores cearenses e colocar no almoço que nós damos, 130 mil por dia”, acrescenta o governador.
Outras áreas que, após as deliberações, podem utilizar os produtos são a saúde e a educação. “Podemos pegar a castanha de caju e colocar na merenda escolar, seja na universidade, seja nas nossas escolas, assim como na alimentação dos nossos hospitais e de outros equipamentos”, sugere o governador.
Elmano frisou a preocupação em “manter o emprego dos cearenses” diante dos desafios impostos pelo tarifaço. “Podemos fazer um esforço do poder público para compra desses produtos e, ao mesmo tempo, ver como vai ficar a continuidade das negociações com o governo americano. Ganhar tempo para abrir novos mercados”, destaca.
Como o tarifaço afeta o Ceará
Durante a entrevista, o governador revelou que “uma grande preocupação” do Ceará era escoar a produção de aço, mas afirmou que a tarifa para este produto se manteve. A isenção ou não da castanha de caju, segundo ele, está sendo analisada pela gestão.
“Nós temos a cera de carnaúba, os calçados… Isso tem uma repercussão nas empresas cearenses que exportam e nos empregos do povo cearense. Era muito importante nós termos união das forças políticas do Ceará e do país para defender os interesses do Brasil”, critica.
“Eu fico lamentando que nós possamos ter disputa entre brasileiros para alguém que está defendendo o governo americano e não defendendo a economia brasileira. Nós temos que defender a economia brasileira, o emprego do povo brasileiro, a empresa cearense, o emprego do povo cearense”, sentencia Elmano.
O Governo do Ceará deve se reunir com o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, até o próximo domingo, para discutir as medidas de mitigação do impacto do tarifaço na economia e na vida da população cearense.
“Vamos discutir que medidas o governo brasileiro vai adotar e, efetivamente, nós temos que ter a garantia de que a economia cearense esteja incluída nas medidas”, finaliza Elmano.
Foto: Fabiane de Paula. Escrito por Theyse Viana
Fonte - Diário do Nordeste.
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