Uma menina de 9 anos, moradora de Barbalha, no Cariri cearense, foi diagnosticada na semana passada com dengue tipo 3. Último caso de infecção do tipo no Estado havia sido registrado em 2015. No entanto, o cenário epidemiológico da doença na unidade federativa segue sendo de baixa transmissão.
Informações foram divulgadas pelo secretário executivo de Vigilância em Saúde do Ceará, Antonio Silva Lima Neto (o Tanta), durante entrevista ao jornal O POVO na tarde desta quarta-feira, 2.
De acordo com ele, a criança foi levada para um hospital da região apresentando sintomas comuns da dengue, e após a realização de exames recebeu o diagnóstico da doença. Contudo, o caso dela foi leve, sem complicações" e não houve a necessidade de internação hospitalar.
Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a dengue é uma doença viral que possui quatro sorotipos, sendo esses conhecidos como: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), cada um deles pode causar desde infecções assintomáticas até quadros graves da doença.
O sorotipo 3 não era registrado no Brasil desde 2008, mas voltou a circular de forma preocupante pelo País em 2024, com casos do porte identificados em estados como São Paulo, Minas Gerais, Amapá e Paraná. Até a semana passada o Ceará não fazia parte desse grupo, com último registro identificado há dez anos.
Conforme Tanta, o diagnóstico recente acende um alerta devido ao Estado nunca ter tido uma epidemia desse tipo da patologia, somente do 1 e do 2. Médico infectologista, ele explica que depois de contrair a doença o paciente fica imune apenas ao tipo da infecção que contraiu, não aos demais.
Ou seja, no caso da dengue do tipo 3, como ela não circulava há muito tempo há mais pessoas que podem estar vulneráveis a ela. "Ele é um sorotipo que tem que ter cuidado, porque como ele não circulou tanto, existe uma fração da população que continua suscetível (a ele)", pontua o especialista.
Não há riscos de aumento de casos, diz Tanta
No entanto, Tanta destaca que "nesse momento" não há risco da infecção se espalhar pelo Ceará, frisando que o Estado tem apresentado em 2025 um número de casos de dengue "bem abaixo" da média de anos anteriores.
"Foi um ano de muita baixa transmissão no Ceará (...) Por isso chama atenção essa transmissão no sul do Estado", destaca, frisando que a população da região pode estar mais suscetível a esse tipo da doença em razão de não ter sido afetada anteriormente, como aconteceu em outras áreas da unidade federativa.
Além disso, ele destaca que o Sul do Estado é uma localidade de fronteira, o que pode ter contribuído para infecção. "(Caso) Chama atenção pra uma novo sorotipo e para a necessidade de que surtos que podem tá ocorrendo em pequenas regiões do Cariri possam ser rapidamente manejados", frisa Tanta.
Para frear infecções, a Secretária de Saúde do Estado (Sesa) deve encaminhar um carro fumacê (que dispersa inseticida no ar) para Barbalha e áreas próximas. Os agentes de saúde também seguem atuando no trabalho preventivo, orientando população quanto ações que podem ser tomadas para reduzir os riscos de contrair a doença e impedir picada do mosquito, como evitar água parada e usar repelente.
Reportagem - Gabriela Almeida. Foto - CBN
Fonte - O Povo Online.
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