Pescadores artesanais da cidade de Icapuí, no Litoral Norte do Ceará, denunciam atraso de quatro meses no pagamento do seguro defeso. O benefício é pago pelo governo Federal no valor de um salário mínimo mensal durante período de defeso, isto é, enquanto a atividade pesqueira é proibida para a preservação da espécie.
Conforme estimativa da Colônia de Pescadores Z-17 de Icapuí, o atraso afeta cerca de 800 pessoas. Dentre eles, Tiago Soares da Silva, de 36 anos. "A situação está muito precária. Estamos vivendo na misericórdia de Deus". O relato do pescador dimensiona as inúmeras dificuldades enfrentadas por eles. Devido ao grupo não ter qualquer outra fonte de renda, Tiago confidencia que o atraso estaria causando forte impacto nas famílias.
"Eu tenho esposa e dois filhos. Na minha geladeira só tem água. No armário da cozinha só tem farinha. Estou devendo nas mercearias. Não sei mais o que fazer, não sei como vai ser. E tem muita gente na mesma situação", desabafa o pescador, que está na atividade há 13 anos.
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