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Foto: Krystine Carneiro/G1 |
Duas crianças, uma nascida em Fortaleza e outra
em Aratuba – a 158 quilômetros da capital cearense –, foram diagnosticadas com
microcefalia. Apesar de não ter sido realizado o exame laboratorial a tempo, os
dois casos são de Síndrome Congênita do Zika Vírus, de acordo com análises
clínicas do neurologista do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), André Luiz
Santos. Desde 2016, não havia registro no estado
da doença associada ao vírus Zika. Entre 2015 e 2016, uma epidemia da
arbovirose
O G1 entrou
em contato com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) e aguarda a resposta
sobre quantos casos prováveis ou em investigação de Zika congênita existem no
Ceará, e quais equipamentos são responsáveis por realizar o exame laboratorial. As crianças de Aratuba e de Fortaleza
nasceram, respectivamente, no fim de 2018 e em fevereiro de 2019. A relação com
o Zika vírus foi feita após exames clínicos. "Pelo Ministério da Saúde, o
paciente é confirmado quando tem exame laboratorial. Daí cria-se um grupo dos
prováveis, que a gente sabe que é Zika Congênita, mas não tem mais a chance de
confirmar laboratorialmente”, explicou o médico.
Sobre o diagnóstico, André Luiz Santos
explicou ainda que “é um grupo que a gente vê a clínica, a radiologia e exclui
outras STORCHs [Sífilis, Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes].
Poderia ser Zika, mas tinha sorologia para CMV (Citomegalovírus), que é a causa
mais comum de microcefalia infecciosa, e a imagem mostra que é mais CMV".
Atraso na
publicação da doença
O médico explicou que
para serem publicados no boletim epidemiológico, há um atraso, um tempo de
análise. “É difícil confirmar, porque a criança já chegou aqui com quatro
meses. Mas ele é Zika Congênita, padrão completamente compatível, com exclusão
de outras STORCHs. Mas fica como se fosse em investigação”, detalhou André
Luiz. Ele acrescentou que o Hias tem
cadastrados mais de 150 pacientes com microcefalia, no entanto em torno de 70%
ficam nos casos prováveis. São considerados casos prováveis os pacientes que
não passaram pelo exame no tempo devido. “A criança chegou fora de uma faixa
etária que a gente tivesse acesso aos exames que confirmassem”, acrescenta
André Luiz Santos.
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